‘Proteção veicular não é seguro'
Especialistas alertam para cuidados antes da adesão e citam a diferença entre as duas opções; motoristas destacam economia, mas economistas pedem atenção aos riscos
Por Lucas França - Repórter / Bruno Martins - Revisão / Edilson Omena - Foto de capa | Redação Tribuna Hoje
Com o aumento no número de veículos circulando e, consequentemente, dos riscos no trânsito, associações e cooperativas de proteção veicular têm se consolidado como alternativa mais acessível ao seguro automotivo tradicional. Apesar do custo reduzido, especialistas alertam que o serviço exige cautela na contratação, já que há diferenças importantes entre os dois modelos.
Diferente do seguro convencional, a proteção veicular tem o valor da adesão calculado apenas com base na tabela Fipe, sem análise de perfil do motorista ou restrição de marca e ano do veículo. A cobertura pode ser solicitada para motos, carros e caminhões, com contratos de tempo indeterminado e valores fixos mensais. Muitas dessas cooperativas também atendem motoristas de aplicativo e taxistas.
O motorista por aplicativo João Rocha de Araújo, há quase dois anos na profissão, optou por esse tipo de serviço pela economia.
“Contratei uma já conhecida e fiz logo a pesquisa para saber a situação da empresa. Até o momento, nunca tive problemas com os serviços prestados por ela”, contou.
O motociclista Thiago Alcantara também aderiu à proteção e afirma ter sido bem atendido quando precisou acionar a associação.
“O que contratei tem um preço justo, muito abaixo de um seguro convencional. Quando precisei, me atenderam da melhor forma e resolveram meu problema”, relatou.
De acordo com as associações, a proteção veicular funciona como um sistema de rateio: os associados dividem entre si os custos de sinistros — como roubo, furto, colisão e enchentes. Na prática, o valor mensal compõe um fundo comum, administrado por uma entidade registrada, que cobre eventuais prejuízos materiais.
O corretor de imóveis Ronaldo Homero, que trabalha com captação de novos clientes para o segmento, orienta que os condutores façam comparativos antes de assinar qualquer contrato.
“Bom lembrar que todas são por conta e risco. Faço a captação, mas sempre indico que o motorista faça também uma cotação com seguradoras tradicionais. Assim, pode comparar garantias e evitar arrependimentos no futuro”, destacou.
O motorista Allan Rodrigues fez diferente e optou por adquirir o seguro convencional para o carro e a proteção veicular para a moto. Conforme ele, ambos os veículos já saíram de loja com as devidas precauções.

“Optei pelo seguro para me sentir mais confiante no caso do carro. A ideia é mesmo devido à proteção contra o roubo, temos outras vantagens, mas essa é essencial para mim. Inclusive, no caso do carro já precisei acionar o seguro uma vez para a troca do farol e deu tudo certo. Tive o retorno esperado e feito pelo meu corretor em um tempo hábil. Neste que é o da Porto Seguro pago R$ 210 mensal, mas fico tranquilo porque sei que estou segurado caso aconteça algo”, destacou Rodrigues, que é proprietário do veículo há seis meses.
Já a moto, Allan explica que decidiu pela proteção veicular, desde o dia da compra em 2010, por ser mais barata e por cobrir o que para ele é necessário. “A proteção custa R$ 100 mensal, mas até então nunca precisei usar e espero não precisar”, ressaltou.

Seguro x proteção veicular: entenda as diferenças e os riscos de cada modalidade
O delegado do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de Alagoas (Sincor/AL), Edmilson Ribeiro alerta motoristas sobre os cuidados necessários ao optar pela proteção veicular, que ainda não tem o mesmo nível de segurança jurídica dos seguros tradicionais.
Afinal, qual é a diferença entre esse serviço de proteção veicular e o seguro automotivo tradicional? Segundo Edmilson Ribeiro, a distinção vai muito além do preço. Ele explica que o seguro automóvel é um produto regulado, fiscalizado e garantido pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), enquanto a proteção veicular é baseada em contratos associativos, sem o mesmo respaldo legal.
“O seguro automóvel é contratado junto a uma seguradora autorizada, que precisa seguir regras rígidas de solvência e fiscalização. Já a proteção veicular é um sistema de ajuda mútua entre associados, sem apólice e fora do regime regulatório tradicional. Isso traz diferenças práticas e jurídicas muito importantes”, alertou Edmilson Ribeiro.

No seguro automóvel tradicional, o cliente recebe uma apólice que define todas as coberturas e obrigações da seguradora. O contrato é fiscalizado pela Susep, garantindo provisões técnicas e segurança financeira para o pagamento das indenizações. Já a proteção veicular, segundo Ribeiro, normalmente oferecida por associações ou cooperativas, funciona em regime de rateio — os associados dividem entre si os custos dos sinistros (roubos, furtos, colisões, enchentes etc.). Nesses casos, não há uma apólice com garantia legal nem a mesma estrutura de fiscalização.
“Essas associações não são seguradoras. Elas não precisam cumprir as exigências legais e financeiras que garantem o pagamento das indenizações. Isso significa que, em caso de problema financeiro ou má gestão, o associado pode ficar sem cobertura”, reforça Edmilson, que também é vice-presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros (Fenacor) Nordeste.
'O seguro automóvel é contratado com a seguradora autorizada, que segue regras rígidas de solvência e fiscalização. A proteção veicular é sistema de ajuda mútua entre associados, sem apólice e fora do regime regulatório tradicional', diz Edmilson Ribeiro.
(Foto: Lucas França)
Sancionada em janeiro, lei regulamenta atuação de cooperativas e associações de proteção veicular no Brasil
A Lei Complementar nº 213, sancionada em janeiro deste ano e publicada no Diário Oficial da União, estabeleceu um novo marco regulatório para o setor de seguros e proteção patrimonial no Brasil. A norma amplia as possibilidades de atuação de cooperativas de seguros e entidades sem fins lucrativos, permitindo que ofereçam serviços de proteção de bens e veículos de forma regulamentada pela Susep.
A nova legislação autoriza as cooperativas a operarem em ramos além dos tradicionais setores agrícola, de saúde e de acidentes de trabalho, abrangendo agora outros tipos de proteção patrimonial. Na prática, isso inclui as chamadas associações de proteção veicular, que passam a funcionar sob a denominação de grupos de proteção patrimonial mutualista.
O texto é originado do Projeto de Lei Complementar (PLP) 143/2024, relatado no Senado pelo senador Weverton (PDT-MA), e tem como objetivo reduzir a insegurança jurídica e proteger os consumidores que contratam esse tipo de serviço.
Com a regulamentação, as entidades que atuam na área passam a ser fiscalizadas pela Susep, que também cobrará taxas trimestrais de supervisão, variando conforme o porte e o tipo de operação. As associações deverão manter reservas financeiras suficientes para garantir o pagamento de indenizações — uma das principais preocupações antes da lei, já que muitas delas não tinham lastro suficiente para cobrir prejuízos.

Além disso, a gestão inadequada das reservas agora é considerada crime contra a economia popular, e as entidades terão 180 dias para se adequar às novas regras ou suspender suas atividades. Nesse período de transição, processos judiciais movidos pela União contra essas associações serão temporariamente suspensos.
As cooperativas de seguros, formadas por grupos de associados que se beneficiam mutuamente, passam a poder atuar em qualquer ramo de seguro privado, exceto nos casos expressamente vedados em regulamentação futura. A lei também define as diferentes categorias dessas cooperativas:
Singulares, que podem realizar corretagem de seguros;
Centrais, compostas por várias singulares, com funções complementares;
Confederações, responsáveis por auditoria e supervisão das cooperativas.
Os investimentos feitos pelos cooperados — chamados de cotas-partes — são impenhoráveis, oferecendo maior segurança aos membros.
MULTAS E PUNIÇÕES
A Lei Complementar 213 também endurece as sanções para quem descumprir normas da Susep ou atuar sem autorização. As multas, que antes chegavam a R$ 1 milhão, agora podem alcançar R$ 35 milhões, dependendo da gravidade da infração e do prejuízo causado aos consumidores.
Dirigentes que cometerem irregularidades podem ser proibidos de ocupar cargos de direção em empresas do setor por até 20 anos.
Com a nova lei, a Susep ganha novas atribuições formais, como autorizar o funcionamento de seguradoras e supervisionar os chamados sistemas automatizados de compartilhamento de informações do mercado. Já o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) será o responsável por editar as normas complementares que detalharão a aplicação da lei em segmentos específicos, como a proteção veicular para caminhões de carga.
A expectativa é que a regulamentação traga maior transparência e segurança para consumidores e empresas que atuam no setor, equilibrando a concorrência entre seguradoras tradicionais e associações de proteção veicular.
Novo marco legal traz avanços, mas ainda há lacunas, afirma Sincor/AL
A partir de janeiro de 2025, com a Lei Complementar nº 213/2025, foi criado um marco jurídico para cooperativas e entidades sem fins lucrativos ligadas à proteção patrimonial. A medida reconhece esse tipo de atividade e estabelece parâmetros para futura regulamentação.
No entanto, Edmilson Ribeiro esclarece que a nova lei ainda não equipara a proteção veicular ao seguro tradicional. “A legislação abriu caminho para que essas entidades sejam regulamentadas, mas ainda faltam normas complementares e regras da Susep e do CNSP. Ou seja, quem contrata proteção veicular continua assumindo um risco maior do que quem contrata um seguro formal”, explicou.

Decisões recentes dos tribunais superiores também reconhecem que associações de proteção veicular podem ser responsabilizadas civilmente em casos de danos, inclusive solidariamente com seguradoras, quando houver prejuízo a terceiros.
De acordo com o Sincor/AL, as principais vantagens do seguro automóvel regulado são:
Garantia contratual e obrigação legal da seguradora de pagar indenização conforme apólice;
Fiscalização e solvência, assegurando recursos reservados para cobrir sinistros;
Direitos do consumidor mais protegidos, com acesso à Susep, Procon e Justiça;
Coberturas personalizadas, que incluem roubo, colisão, terceiros, assistência 24 horas, acessórios, motorista jovem e outras opções.
“Quando o consumidor contrata um seguro, ele tem previsibilidade. Sabe o que está coberto, como será indenizado e quem é o responsável. No caso das associações, tudo depende da boa gestão e da solidariedade entre os associados. É um modelo de confiança, não de garantia legal”, complementa Edmilson Ribeiro.
FROTA x SEGURO
De acordo com dados do Departamento de Trânsito de Alagoas (Detran/AL), até 30 de outubro de 2025, o estado tinha 1.176.592 veículos automotivos entre carros de passeio, motos, tratores, vans e ônibus. No entanto, desse montante a frota assegurada girava apenas entre 330 mil e 380 mil, segundo o Sincor/AL.
Riscos da proteção veicular
Entre os riscos mais comuns apontados pelos especialistas estão:
Falta de garantia financeira em caso de falência ou fraude;
Ausência de apólice formal e de regras claras de cobertura;
Possibilidade de rateios adicionais se o número de sinistros for alto;
Incerteza jurídica, já que muitas associações ainda operam fora do regime regulatório.
Em resumo, o modelo pode parecer mais barato no início, mas, em caso de sinistro grave, o consumidor pode ter prejuízo financeiro ou enfrentar recusa na indenização.
Preço é o principal atrativo — mas pode sair caro
O valor é o fator que mais atrai consumidores para as associações. As mensalidades costumam ser mais baixas porque essas entidades não possuem a mesma carga tributária nem as obrigações de provisão financeira das seguradoras.
No entanto, Edmilson Ribeiro faz um alerta. “O preço menor geralmente reflete o nível de risco. A proteção veicular pode ser uma opção temporária, mas é fundamental entender que ela não oferece as mesmas garantias legais. Na hora do sinistro, o barato pode sair caro.”
Seguro em Alagoas: cobertura ainda é baixa
Levantamentos do setor indicam que, no Brasil, cerca de 30% da frota nacional possui seguro — aproximadamente 20 milhões de veículos. Aplicando essa média à frota alagoana, que gira em torno de 1,1 milhão de veículos, estima-se que apenas de 330 mil a 380 mil estejam segurados.

“A taxa de adesão em Alagoas ainda é baixa. Isso reflete o poder aquisitivo da população, o custo médio dos seguros e o crescimento das cooperativas. Nosso papel, como corretores, é orientar o consumidor para que tome decisões conscientes e seguras”, conclui Edmilson Ribeiro.
Crescimento no setor e aumento da frota
Embora não existam dados oficiais consolidados, estima-se que o Brasil tenha mais de dois milhões de cooperados, distribuídos em cerca de duas mil associações de proteção veicular. A modalidade vem ganhando força em razão do baixo custo e da burocracia reduzida — fatores que atraem quem não pode pagar um seguro convencional.
De acordo com dados recentes da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), os consumidores alagoanos compraram 56.642 veículos novos nos três primeiros trimestres de 2025.
Já no Brasil, foram comprados 1.910.519 veículos novos em três trimestres de 2025, conforme a Fenabrave.
O número inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. A reportagem contabiliza motos à parte e desconsidera implementos rodoviários. Vale ressaltar que este é o melhor resultado para o setor desde a Covid-19, em 2019 — quando foram emplacados 2.029.464 veículos.
Houve uma ligeira alta de 2,79% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram emplacados 1,8 milhão de veículos novos.
JUROS ALTOS
A Fenabrave avaliou que as altas taxas de juros continuam sendo um dos principais fatores que limitam o desempenho do setor automotivo em 2025.
De acordo com a entidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil manteve a taxa básica de juros em 15% ao ano e sinalizou que os índices devem permanecer nesse patamar até o fim do próximo ano.
O presidente da Fenabrave, Arcelio Júnior, afirmou que a manutenção dos juros altos tem impacto direto nas vendas, especialmente nos segmentos de automóveis e comerciais leves.
“Com uma taxa de juros menor, o crescimento nas vendas de automóveis e comerciais leves seria bem mais forte — ultrapassaria os 5% que projetamos no início do ano. Esperávamos uma queda nos juros até o fim de 2025, mas o Copom indicou que isso só deve acontecer em 2026”, destacou o executivo.

Ele também ressaltou que o custo do crédito é determinante para o avanço de veículos com tecnologias mais limpas.
“Carro sustentável depende muito do crédito e a taxa de juros para esse consumidor é muito essencial”, complementou Arcelio Júnior.
Aumento no número de acidentes de trânsito reforça a necessidade da contratação de um seguro
O Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, registrou estabilidade nos atendimentos de acidentes de trânsito entre 2023 e 2024. Enquanto em 2023 foram contabilizados 5.435 casos, em 2024 o número subiu ligeiramente para 5.525. As colisões seguem sendo o tipo mais comum de ocorrência, com 2.524 registros no último ano, seguidas por acidentes de moto (2.113), atropelamentos (458), ocorrências com bicicleta (278) e capotamentos (152).
“Os números são altos e poderiam ser evitados com mais prudência no trânsito. Ainda recebemos pessoas envolvidas em acidentes por desatenção, consumo de álcool, uso de celular e excesso de velocidade”, alertou o cirurgião geral Amauri Clemente.
Um exemplo é o do auxiliar técnico Gabriel Messias da Silva Santos, de 21 anos, que sofreu uma colisão enquanto ia trabalhar de moto na BR-316, em Satuba. “Foi a primeira vez que me envolvi em um acidente. Graças ao capacete e à baixa velocidade, saí sem fraturas. A atenção de quem passava me ajudou muito”, relatou Gabriel, que recebeu alta após exames no HGE.
O hospital reforça que, em acidentes, é essencial não mover feridos com suspeita de fraturas e acionar o Samu (192) ou o Corpo de Bombeiros (193) em situações de risco extremo. O uso de equipamentos de proteção, manutenção do veículo e atenção às condições da via são medidas fundamentais para reduzir acidentes.

No interior, o Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, registrou aumento de quase 20% no total de atendimentos em 2024. Foram 78.768 acolhimentos, contra 65.694 em 2023. O número de acidentes de trânsito também cresceu, em taxa de 14,84%, passando de 12.811 para 14.711 ocorrências, com motociclistas representando 60,31% dos casos.
Apesar da estabilidade em 2024, os números de 2025 mostram um cenário preocupante em Maceió. Segundo o Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT), entre janeiro e setembro deste ano, houve 43 mortes no trânsito, contra apenas 10 no mesmo período de 2024, um aumento de 330%. Foram registrados 778 acidentes no período, com colisões e acidentes de moto predominando.
As avenidas Durval de Góes Monteiro, Fernandes Lima e Menino Marcelo concentram os maiores índices de ocorrências, evidenciando os pontos mais críticos para a segurança viária. Especialistas alertam que a falta de controle de velocidade, crescimento da frota e desatenção dos motoristas, especialmente motociclistas, tornam o trânsito da capital cada vez mais perigoso.
“Grande parte das mortes está ligada a acidentes de moto. Além disso, somos a única capital brasileira sem sistema de controle de velocidade, o que aumenta o risco de acidentes graves”, destacou o engenheiro de trânsito Antônio Monteiro.
Os dados reforçam a necessidade de campanhas educativas e fiscalização rigorosa para reduzir acidentes e salvar vidas no trânsito de Alagoas.
Levantamento da CNT aponta 16 pontos críticos em rodovias federais em Alagoas
Um levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT) revelou que as rodovias federais de Alagoas registraram 697 acidentes entre novembro de 2022 e outubro de 2023, resultando em 91 mortes e 792 feridos. Isso representa aproximadamente 13 óbitos a cada 100 acidentes. O estudo também identificou 16 pontos rodoviários críticos no estado. O levantamento foi divulgado em março deste ano.
A BR-101 foi a rodovia mais problemática, com 261 acidentes (37,4% do total) e 30 mortes, correspondendo a um terço das fatalidades registradas nas rodovias federais do estado no período. Entre as principais causas, a imprudência dos motoristas se destacou, incluindo acesso à via sem observar o trânsito e velocidade incompatível com a via. Este tipo de conduta foi responsável por 72 acidentes, equivalendo a 10,3% do total. A velocidade inadequada foi a causa mais frequente de mortes, com 13 ocorrências, representando 14,3% das fatalidades.

O estudo também aponta que as condições das rodovias contribuem significativamente para os acidentes. Cerca de 67% da extensão das rodovias federais em Alagoas apresenta algum tipo de problema, sendo 28,9% com defeitos no pavimento, 89,9% com falhas de sinalização e 61% com deficiências na geometria da via.
Os trechos mais críticos identificados foram:
BR-316 (Mata Grande – Maceió): 264 km;
BR-104 (São José da Laje – Maceió): 230 km;
BR-423 (Ouro Branco – Delmiro Gouveia): 221 km;
BR-424 (Atalaia – Marechal Deodoro): 166 km.
Apesar dos números preocupantes, Alagoas não figura entre os estados com rodovias mais violentas do país. Santa Catarina lidera o ranking nacional, com 8.319 acidentes registrados no mesmo período. A estrada mais violenta do Brasil foi a BR-101 em Santa Catarina (km 200 a 210), com 564 acidentes e 9 mortes. A BR-116, em São Paulo, aparece em segundo e terceiro lugares, com 485 e 402 acidentes, e 16 e 12 mortes, respectivamente.
Os dados reforçam a necessidade de medidas de segurança, como melhoria da sinalização, manutenção do pavimento e fiscalização mais rigorosa, além da conscientização dos motoristas quanto à velocidade e atenção no trânsito, para reduzir acidentes e salvar vidas.
Economistas orientam: “se puder pagar o seguro tradicional, é melhor”
Para o economista Emanuel Lucas de Barros, a escolha entre seguro e proteção veicular deve considerar o planejamento financeiro de cada motorista.
“O valor do seguro pode não caber no orçamento do consumidor. É preciso avaliar se a prestação cabe no bolso — essa análise deve ser feita até antes da compra do veículo. Mas, antes de fechar contrato, é fundamental pesquisar a empresa gestora e ouvir quem já utiliza o serviço”, explicou.

Ele exemplifica, “se o seguro tradicional custa R$ 3 mil, dividido em seis parcelas de R$ 500, e o motorista só pode pagar R$ 300 por mês, restam duas opções: ficar sem seguro ou optar pela proteção veicular. No entanto, se o seguro couber no orçamento e oferecer mais garantias, ainda é a escolha mais certa.”
O também economista Allisson Nascimento reforça a mesma linha de raciocínio.
“Pagar por um seguro de uma seguradora consolidada, apesar de mais caro, traz mais segurança ao consumidor. A proteção veicular pode ser uma saída em momentos de aperto, mas o ideal é ter um seguro completo. Ruim mesmo é ficar sem nenhum tipo de cobertura”, avaliou.


